Cap 4: Como isso é um sonho, talvez...

 


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 ”WoW, agora sim…" disse Paulo antes de começar a tossir, nossa como ar está seco.   


Assim que ela lançou as estacas, a túnica do líder da comitiva africana se moveu e centenas de braços saíram da sombra dele e interceptaram as estacas.


Enquanto as duas comitivas lutavam a sombra de Paulo e das coisas em volta se alongaram e começaram a formar monstros.


Paulo se afastou até a parede quando notou que as sombras formaram um exército de diversos tamanhos e formas.


Quando a comitiva europeia começou a ser atacada pelos dois  lados, as outras runas da armadura da líder se acenderam e ela começou a crescer e se transformar rapidamente.


Agora, ela tinha uns 12m de altura e tinha todo o corpo menos o rosto coberto de escamas negras, ela esticou a mão e as nuvens começaram a desmanchar e se transformar em espadas gigantescas.


“Essas espadas devem ter dezenas de metros de compr” Em um piscar de olhos Paulo foi atingido por uma parede negra, quando ele abriu os olhos tudo há sua volta tinha ficado preto e branco.


“Parece uma bolha... e os monstros ficaram maiores...” Tudo em raio de 100m da comitiva africana ficou preso dentro da bolha.


Paulo tentava se acalmar enquanto via a batalha entre os soldados e monstros, os monstros eram quase invisíveis nas sombras, mas era possível ver a luta dos líderes da comitiva, ela agora parecia uma gigante de gelo lutando com uma aranha gigante feita de sombras.


Para Paulo a batalha parecia ser o fim do mundo, tudo estava coberto de sombras longas e distorcidas, as coisas que mais se destacavam eram as luzes das habilidades e o som constante de gritos e metal colidindo.


O impacto das espadas de gelo faziam a barreira ondular, mas elas desmanchavam assim que passavam por ela, a líder já estava ativando outras runas, quando Paulo ouviu um barulho altíssimo e sons de asas logo em seguida.


Paulo conseguia ver um pássaro gigante sobrevoando a bolha, os dois grupos pararam de lutar e o líder da comitiva africana fez um gesto e a bolha se desfez.


Todos pararam para olhar o pássaro gigantesco, ele parecia estar falando com as comitivas, assim que ele pousou no topo de um prédio ele começou a se transformar.


Da posição que Paulo não era possível ver com clareza mas parecia que o corpo e as asas se encolheram e se transformaram na túnica e turbante de um homem.


 Era um senhor de meia idade branco, para Paulo ele se parecia com os outros árabes da feira, os líderes das comitivas não pareciam estar satisfeitos, mas começaram a conversar e sinalizar para os soldados e servos.


As túnicas dos guardas ativaram novamente e eles voltaram ao normal, segundo depois eles começaram a se afastar.


 “Ah… bem no meio da batalha épica…”


 Paulo decidiu continuar andando pela feira e depois de alguns minutos ele notou que uma garota acenou para ele, ela estava parada ao lado de uma viela. 


“Já estava na hora desse sonho melhorar” pensou Paulo enquanto reparava na aparência dela.


Ela tinha 1,60m e estava vestida no estilo árabe, os véus eram simples e não tinham inscrições, mas o que mais chamava a atenção era os belos olhos azuis.



A garota tentou falar com paulo, mas como notou que ele não estava entendendo, ela começou a fazer uns gestos.


“Bem que queria ter um tradutor agora” pensou Paulo pouco antes da garota começar a puxá-lo pelo braço. 


”hum... Acho que ela quer eu a siga até o beco….” 


“Ai gatinha, para!! tentando assaltar alguém com o truque mais velho da cartilha... dá até vergonha...  ” disse Paulo enquanto tentava se desvencilhar dela. 


Notando a recusa ela chegou perto do ouvido dele e começou a sussurrar, Paulo não entendeu nada, mas o rostinho dela foi o suficiente para que ele mudasse de ideia 


”Hum… como isso é um sonho talvez...”


“Meu nome é Paulo e o seu?” disse ele enquanto fazia gestos para ver se ela responderia, mas ela só sorriu e nem respondeu.


Eles andaram de braços dados por uns dois minutos, mas quando eles saíram da vista da multidão não demorou muito para que fossem cercados e ela colocasse uma faca nas costas de Paulo.


“Sabia… nem em sonhos a garota bonita se interessa por mim…” 


Eram duas pessoas, um deles era um garoto moreno de uns 13 anos, com tatuagens por todo o corpo, o outro era um adolescente  mas velho e com a pele clara, ambos seguravam pedaços de madeira.



O garoto tinha saído de trás de umas caixas na frente de Paulo e o mais velho estava parado fechando a saída do beco.


 Paulo levantou um pouco os braços e fez sinal com os dedos apontando os bolsos.


Quando a garota se afastou um pouco, para ele tirar as coisas do bolso, Paulo reagiu rápido  e tentou acertar uma cotovelada no rosto dela.


A garota reagiu rápido e tentou pular para trás para evitar o cotovelo, Paulo usou a força da cotovelada para girar o corpo na direção dela.


Antes que ela se afastasse, Paulo pisou no pé dela, para que ela se desequilibrasse e em seguida tentou acertar um gancho de direita no rosto dela.


 Apesar dela ter se desequilibrado ela não se desesperou e usou os braços para se defender, mas a força do soco foi o suficiente para derrubá-la.


Paulo girou para esquerda tentando evitar que o garoto que ele viu de relance, o acertasse com a madeira.


Aproveitando a brecha Paulo acertou um soco no nariz dele.


 “haha... na próxima você escolhe uma madeira mais leve”.


Paulo correu para dentro do beco, para evitar que o garoto mais velho e garota, que já tinha se levantado, o atacassem pelas costas.


“Haha agora sim esse sonho ficou diver…” ia dizendo Paulo quando notou um corte no braço ”isso não é um sonho...“.


 Ele já tinha a dúvida de que isso tudo não era um sonho, mas como essa era a única explicação que ele tinha....


Paulo travou aterrorizado “isso não pode ser verdade... eu vim parar em outro mundo?...”


Os garotos também pararam, mas por razões bem diferentes, um guarda vinha correndo em direção deles, os garotos viraram e tinha outro vindo, eles estavam cercados.


Os guardas estavam vestidos de túnicas vermelhas, capacete e manopla feitas de metal, assim como alguns adereços como colares e pingentes.


Os equipamentos tinham poucas inscrições, a maioria deles na manopla e no colar, mas em todo o equipamento se via uma gravura de leão.


O Guarda que vinha por trás de Paulo, colocou a mão no ombro dele e disse ”Não se preocupe, você está seguro agora”


Paulo mal tinha voltado a realidade quando escutou o outro guarda dizendo enquanto desembainhava a espada ”Esses plebeus não cansam de infringir as leis... como são três, vamos matar dois e deixar o outro para contar a história, espero que isso sirva de exemplo para os outros ”


“Isso é realmente necessário? quer dizer… eles são só adolescentes” disse Paulo.


“Eles sabem que não podem entrar nessa área, a simples presença deles aqui já é um crime suficiente” Disse o guarda antes de completar ”Eu preciso que você me mostre os seus documentos”


“É claro… já vou pegá los” disse Paulo enquanto colocava a mão no bolso.


Quando o guarda olhou para direita para ver a luta, aproveitando o momento Paulo deu um soco no rosto dele.


O guarda não foi pego de surpresa, o tom de voz que Paulo usou para falar com eles, já tinha provado que ele não era da realeza e nenhum dos servos ia tentar proteger os ilegais, pois iria parecer que ele está envolvido com os plebeus.


Ele desviou do soco e o golpeou com a espada, ao invés de correr, Paulo desviou para direita e avançou, ele colocou as duas mãos no braço do guarda, girou e usou a força que o guarda tinha usado no golpe, para o arremessar no chão.


A queda foi bem feia, ele foi jogado contras as caixas e vasos que estavam no canto, o guarda ficou desnorteado por alguns instantes, logo em seguida algumas runas da armadura acenderam e ele se levantou com uma velocidade sobre-humana.


Entretanto ele acabou pisando com muita força, em um pedaço de madeira que estava no chão, assim que ele escorregou Paulo avançou e deu uma joelhada no rosto dele .


O Guarda apagou, Paulo sentiu uma dor estranha no braço, mas ele não tinha tempo para pensar nisso, ele abaixou e arrancou o colar do pescoço do guarda caído e gritou para os garotos, que estavam tentando desviar dos ataques do outro guarda “Vamos ! corram..”.


Eles tiveram uns instantes de hesitação, mas tanto os garotos quanto o outro guarda correram atrás de Paulo.


Paulo desacelerou para se aproximar dos garotos e disse ”Vocês conhecem melhor a área, como nós podemos despistar eles?”


Enquanto corriam eles jogavam coisas para atrasar o guarda, “ é só nos seguir… não se perca, quando passarmos entre as pessoas da feira” disse ela enquanto corria ao lado de Paulo.


Atravessando o beco, pelo pela parte de trás, eles chegaram a outra feira, ela era mais simples que a anterior, mas era tão lotada que era difícil passar pelo meio das pessoas.


Eles corriam esbarrando nas pessoas gerando muita reclamação, o guarda começou a chamar ajuda, mas antes que chegasse mais ajuda eles passaram por um boraco no muro perto de uma banca de frutas.


O buraco no muro dava em uma rua menos movimentada, “se passar pelo quintal daquela casa vazia, dá para sair dessa parte da cidade” disse o garoto mais velho enquanto eles continuavam a correr.


“Meu nome é Paulo e o de vocês?”


“O meu nome é Gaspar o dela é Ayla e o dele Baki” disse o garoto mais velho.


“Porquê você nos ajudou?” disse Ayla.


“Eu não ia deixar eles matarem, uma garota tão bonita como você!!” 


“Ele não tinha documentos e provavelmente estava roubando quando nós o encontramos” disse Gaspar.


“Eu não estava roubando, eu nem sei como vim parar aqui” 


“Ata!! você estava só perdido no meio da cidade proibida” disse Ayla enquanto todos menos Paulo riam.


“Como ele só tinha esse cartão esquisito no bolso ele deve ter se perdido de alguma família bem rica mesmo” completou Baki rindo.


“Ei!! me devolve isso” disse Paulo enquanto pegava o passe escolar de volta.


            Baki olhou para ele e disse ”Onde você aprendeu a lutar daquele jeito? haha você destruiu aquele guarda!”
 
            Ayla “a sorte pode ter te ajudado um pouco, mas você lutou muito bem!”
Paulo com um sorriso de canto de boca disse ”Eu treino desde criança, se você quiser eu te ensino”.
 
 
            Ayla olhou para ele e disse“a sorte pode ter te ajudado um pouco, mas você lutou muito bem!”.

            Paulo com um sorriso de canto de boca disse ”Eu treino desde criança, se você quiser eu te ensino”.
 
        “Verdade!?” disse Baki empolgado.

Gaspar olhou para eles e disse “os guardas ainda podem nos encontrar, vamos atravessar o buraco no muro e sair da cidade proibida”


“Esse é o nome da cidade?” Perguntou Paulo.


“Você não sabe nem o nome da cidade?” disse Baki.


“Eu disse que estou perdido, eu realmente não faço ideia de como vim parar aqui”.


“Estranho... é algum tipo de amnésia?”


Paulo olhou para eles e pensou ”Vai ser difícil explicar de onde eu vim…” depois de alguns instantes ele disse ”Pode ser…eu nem sabia que este lugar existia”


No fundo do quintal da casa abandonada, era o muro da cidade, eles atravessaram o buraco, e se viram em uma rua mais simples, não eram casas pobres, mas eram bem menos coloridas e movimentadas.





 Gaspar olhou para Paulo e disse “Você pode ficar com a gente por hoje, depois você procura um jeito de voltar para casa”


 “O nome da cidade é Quazarra, a cidade de todas as cores” disse Baki.


“É para simbolizar todos os reinos da aliança comercial, a cidade proibida fica dentro de Quazarra e para a maioria da população ela é proibida.” disse Ayla.


“Mas é um ótimo lugar para roubar, o bolso certo pode resolver todos os nossos problemas.” disse Baki.


“Está parecendo que é um ótimo lugar para morrer…” retrucou Paulo enquanto eles chegavam no final da rua.


 Gaspar sinalizou para eles entrarem em uma rua a esquerda e disse “Nós sempre focamos os servos dos nobres menores ou um feirante descuidado, os guardas se preocupam mais com a parte interna da cidade, lá que ficam os nobres importantes.” 


“Afinal onde fica a casa de vocês?”


“Depois da barreira do lado de fora da cidade” 


Eles andaram mais meia hora até chegar em uma parte da mais pobre da cidade, as casas eram mal cuidadas e em poucas cores.



Não tinha nenhum ser estranho ou itens mágicos, todos as pessoas que andavam na rua eram árabes, as roupas das pessoas eram de diferentes tons de cinza.


”Está vendo o final da rua? aquela é a barreira que protege a cidade” 


Paulo parou na frente da barreira e tentou colocar a mão nela, mas não dava para sentir resistência alguma ”Ela protege do que?”. 


Assim que Paulo deu alguns passos depois da barreira ele começou a ofegar e quase caiu de joelho ”Porquê é tão difícil respirar aqui?” perguntou ele.


Gaspar o ajudou e disse “a cidade fica no topo da montanha, quando nos afastarmos mais você vai notar o frio também...”


Eles andaram mais alguns minutos em uma trilha descendo a montanha até pararem perto de uma pedra.


“Nós sempre deixamos os agasalhos escondidos aqui, usá-los lá dentro ia nos entregar muito rápido” disse Ayla.


“A pena que não temos um para você...” falou Baki enquanto se vestia.


Paulo não parava de tremer enquanto eles desciam pela trilha " Será que não tem um jeito de ficar dentro da cidade? eu posso vender meu celular ou algo assim" pensou ele.


Notando que Paulo não conseguia parar de olhar para a cidade Gaspar disse ”A noite a barreira expulsa todos que não tem registro, mesmo tendo dinheiro nós não iríamos poder nem ficar em um hotel”.


“Mas se você tiver bastante dinheiro você pode comprar um passe para ficar na cidade ou pagar uma caravana para te escoltar para outro lugar..” disse Ayla.


Eles continuaram a descer até uma encosta, de um lado Paulo conseguia ver a encosta da montanha e as nuvens mais baixas, do outro lado, seguindo a trilha, tinha uma vila que não passava de um conjunto de barracos.


“Que merda!!... ” disse Paulo Tremendo de frio.



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